Goiânia, Sexta, 26 de Abril de 2024
Segunda, 10 Setembro 2012 16:29

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prepara uma profunda transformação em sua estrutura. Responsável por administrar os estoques públicos de grãos, a estatal vai criar um braço de ação estratégica, que deve receber o nome de ConabPAR. O projeto de lei com a mudança deve ser encaminhando ao Congresso após as eleições municipais.

O objetivo da medida é tornar mais "ágil" a tomada de decisões da estatal e inaugurar uma nova categoria de negócios, como a venda dos estoques de grãos para empresas privadas no exterior, comercialização proibida hoje. Segundo o presidente da companhia, Rubens Rodrigues dos Santos, atualmente a Conab está "engessada" e só pode vender sua produção internamente ou diretamente para outros países, sem a intermediação de empresas internacionais particulares. "O governo vai adotar regras de mercado para negociar com essas empresas", diz.

Segundo Rodrigues, a Conab é procurada por outros países que querem comprar alimentos do Brasil. Porém, muitas vezes a negociação emperra quando esses países não possuem órgãos oficiais semelhantes à companhia nacional para fechar a compra. A legislação brasileira proíbe a negociação se não for dessa forma. "Às vezes, temos produtos disponíveis em estoque. Porém, eles não podem ser vendidos se tiverem que passar pela intermediação de uma empresa privada indicada pelo país comprador", explica Rodrigues.

O presidente da Conab ilustra a situação com um recente caso. O Suriname procurou a estatal há quase dois meses para comprar 17 produtos. O país recorreu à intermediação de empresários (permitido por lá) para facilitar a negociação, mas se esbarrou na proibição brasileira. "O Suriname teria que criar uma agência governamental para concluir o acordo", informa Rodrigues.

A relação com outros países só é "facilitada" quando tem o caráter de doação humanitária. De julho de 2011 a junho de 2012 foram doados 145 mil toneladas de arroz, feijão e milho para 19 países, como Bangladesh, El Salvador, Equador, Guatemala, Madagascar, República do Congo e Coreia do Norte. "Países que passam por insegurança alimentar enviam um pedido para receber alimentos ao Itamaraty. Aí a Conab faz as doações", explica o presidente da estatal. Entre 2004 e 2010, as doações somaram 223 mil toneladas.

O "braço operacional" será criado por meio da nova empresa, que se associará a outras. Nesse processo, a ConabPAR deverá ter uma parte do capital, máximo de 49%, em um empreendimento. "A ConabPAR se associaria pela forma de participações a outras empresas para conseguir escoar e vender os estoques públicos. Serão analisadas quais empresas se encaixariam na necessidade da Conab e o acordo seria negociado", explicou.

A estrutura planejada será "enxuta" e usará os funcionários já existentes em caráter "empresarial". "Vamos dar outro direcionamento legal para a Conab, a exemplo da CaixaPAR, que dá celeridade à empresa mãe", diz Rodrigues. A CaixaPAR foi criada em 2009 para fazer a aquisição de participações societárias em bancos sediados no Brasil.

Segundo Rodrigues, a função principal da Conab, de política agrícola, não ficará prejudicada. "Nós separaríamos o que é política agrícola e o que é venda de excessos", garante. "É importante deixar claro que em nenhum momento a Conab poderá priorizar a venda externa e deixar o país desabastecido. Estará escrito nas diretrizes da empresa que só poderá ser negociado o que estiver em excesso", reforça.

O preço de venda das commodities não está decidido, mas provavelmente será menor do que o valor praticado por grandes tradings. "Esse é um diferencial que a estatal poderia praticar [preços menores]. Sempre que comparamos as cotações dentro do Brasil com as de outros, chegamos à conclusão que vendemos mais barato. Isso vai estimular os futuros compradores", acredita Rodrigues.

Fonte:  Valor Econômico

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Alerta a Nação!

 

Em relação às mudanças elaboradas de dentro do Ministério da Agricultura com a complacência da direção da Conab, vimos com muita preocupação, onde poderão trazer sérios prejuízos aos objetivos e metas da Companhia, podendo levar as atividades que a Conab desenvolve hoje para a sociedade brasileira com muita competência, as verdadeiras  trincheiras da extinção, mudanças estas elaboradas sem qualquer discussão com a  sociedade e os próprios colaboradores internas.

 

Assim, conclamamos a todos os empregados da Conab e a sociedade como um todo, a desenvolver ações, manifestações políticas, atos, abaixo assinado, etc., em prol da preservação das atividades da Conab e contra qualquer tipo de mudanças que venha a prejudicar os objetivos e metas da Companhia.

 

Postados pela ASNAB/GOIAS.   

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4 comentários

  • Link do comentário FRANCISCO CARLO FILHO Quarta, 12 Setembro 2012 19:46 postado por FRANCISCO CARLO FILHO

    NAO PODE HAVER ESSA MUDANÇA NA CONAB TEM QUE DEIXAR COMO ESTA.

  • Link do comentário JACKS GONÇALVES DE JESUS Terça, 11 Setembro 2012 14:50 postado por JACKS GONÇALVES DE JESUS

    Só seria mais uma invenão de pessoas que passam pelo Governo, deixando os servidores prejudicados como sempre.

  • Link do comentário Ary de Carvalho Gomes Terça, 11 Setembro 2012 11:01 postado por Ary de Carvalho Gomes

    Insisto ainda que por herança dos nossos antepassados, "Este é um País de todos nós", desta forma reivindico o direito de manifestar a minha opinião.

    No meu pouco conhecimento e entendimento, a CONAB é um patrimônio público voltada a atividade de reguladora do abastecimento nacional, e tambem as atividades de natureza social, com um braço estendido em apoio a erradicação da miséria no país. Aqui entre nós, verdadeiramente a quem interessa essas mudanças, pois se aprovada a CONAB será apenas mais uma empresa comercial com a agravante da concorrencia desleal aos nossos agricultores que enfrentam toda sorte de empecilhos nas mais diversas situações que vai deste a ação climatica até as ocilações de mercado.

    "UM PAÍS RICO, NÃO É UM PAÍS SEM MISÉRIA. MAS SIM COM JUSTIÇA.

  • Link do comentário Marcos Simões Terça, 11 Setembro 2012 10:22 postado por Marcos Simões

    Gostaria que a Asnab/GO enumerasse os prejuízos que a Conab sofreria com essas mudanças, antes de pensarmos em mobilizações, manifestações, atos...

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