Goiânia, Segunda, 06 de Maio de 2024
Terça, 24 Setembro 2013 10:11

Uma operação da Polícia Federal em 15 municípios do Paraná revelou um esquema de desvio de recursos públicos de um dos programas do “Fome Zero”, do Governo Federal. Foram cumpridos hoje de manhã 11 mandados de prisão, 37 de busca e apreensão, sete de suspensão de função pública e 37 de condução coercitiva. Além dos municípios paranaenses, mandados foram expedidos em Bauru, no interior de São Paulo e Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul.

 

Nesta manhã, 24/09, a Polícia Federal no Paraná deflagrou a Operação Agro-Fantasma para cumprir os mandados expedidos pela 2ª Vara Criminal da Justiça Federal de Curitiba/PR.

 

A operação revela um esquema de desvio de recursos públicos de um dos programas do “Fome Zero”, do Governo Federal, denominado PAA – Programa de Aquisição de Alimentos, da ação de Compra Direta da Agricultura Familiar com Doação Simultânea –, repassados pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) a associações e cooperativas rurais.

 

A investigação, iniciada em 2011, foi realizada pela Polícia Federal na cidade de Guarapuava/PR, a partir da deflagração de outra operação, denominada FEIRA LIVRE, que investigou as fraudes em um dos municípios.

 

Foram investigados 22 programas, dos anos de 2009 a 2013, nos municípios paranaenses de Guarapuava, Foz do Jordão, Honório Serpa, Candói, Ponta Grossa, Irati, Rebouças, Teixeira Soares, Inácio Martins, Fernandes Pinheiro, Itapejara D’Oeste, Goioxim, Pinhão e Querência do Norte.

 

Em todos os programas investigados foram encontradas evidências de desvio de recursos, segundo a Polícia Federal.

 

Até o momento, 58 pessoas foram indiciadas nos crimes de apropriação indébita previdenciária (art. 168-A), estelionato contra a CONAB (art. 171 §3º), quadrilha ou bando (art. 288 caput), falsidade ideológica (art. 299), ocultação de documento (art. 305), peculato doloso (art. 312 caput), peculato culposo (art. 312 §2º), emprego irregular de verbas públicas (art. 315), prevaricação (art. 319), condescendência criminosa (art. 320) e violação de sigilo funcional (art. 325), todos previstos no Código Penal Brasileiro.

 

Toda a cúpula da CONAB/PR e fiscais ligados ao grupo estão sendo afastados, em razão de fortes indícios de participação nos crimes.

 

O programa investigado (PAA – Programa de Aquisição de Alimentos) foi implementado em 2003, e movimenta anualmente bilhões de reais em todo o Brasil.

 

Na presente investigação restaram constatadas as seguintes irregularidades:

 

-        Desvio de finalidade do programa;

 

-        Programas abrigados, com total controle, por Prefeituras Municipais, fazendo propaganda em face de programa do Governo Federal;

 

-        Desconhecimento das normas e procedimentos do programa pela imensa maioria dos produtores rurais e representantes das entidades recebedoras de produtos;

 

-        Pessoas que não eram produtores rurais, tendo seus nomes utilizados pelos coordenadores dos programas para desvio dos recursos;

 

-        Participantes dos programas sem capacidade produtiva de determinados produtos, recebendo os recursos sem a efetiva entrega dos produtos;

 

-        Participantes dos programas entregando menos produtos do que os que constam nos relatórios de entrega – ora recebendo pelo valor integral, ora não recebendo nada;

 

-        Produtores rurais, em sua grande maioria, sem a posse de suas respectivas Notas Fiscais de Produtores Rurais;

 

-        Notas Fiscais de Produtores Rurais com dados falsos e sem conhecimento dos produtores rurais;

 

-        Compensação de preços de produtos com a apresentação física menor em relação aos termos de recebimento e aceitabilidade – acordos entre produtor, entidade e coordenação para entregar menos produtos, mas recebendo como se estivesse entregando a mais, para compensar o baixo valor pago pelo produto;

 

-        Compra ou empréstimo de produtos de terceiros para entrega no projeto;

 

-        Troca de produtos não autorizada pela CONAB;

 

-        Toneladas de produtos inexistentes ou acima de suas quantidades pagos pela CONAB, constando como sendo entregues nas entidades, mas não sendo efetivamente entregues;

 

-        Pessoas que não faziam parte do programa, assinando documentos importantes que fazem parte da prestação de contas, sem sequer trabalhar no local de recebimento dos produtos, não tendo como acompanhar a real entrega desses produtos;

 

-        Pessoas que não poderiam ter responsabilidades no recebimento dos produtos, interferindo no procedimento;

 

-        Pessoas assinando documentos sem ter ciência do que estavam assinando;

 

-        Não conferência dos produtos pelos recebedores nas entidades;

 

-        Produtos constando como sendo entregues em grandes quantidades em períodos climáticos desfavoráveis para sua produção –

 

Exemplo: produtos de verão entregues no inverno;

 

-        Assinaturas falsas dos representantes das entidades recebedoras;

 

-        Ausência de controle sanitário e de qualidade em quase a totalidade do processo de produção dos produtos;

 

-        Ausência de fiscalizações das vigilâncias sanitária federal, estadual e/ou municipal nos locais de transformação de produtos de origem animal ou vegetal, relacionados ao tema Segurança Alimentar;

 

-        Pagamento do ressarcimento Funrural feito pelo CONAB, às associações, sem apresentação dos documentos mínimos necessários exigidos pela lei;

 

-        Retenção indevida do Funrural dos agricultores pelos coordenadores dos programas, discriminadas nas respectivas Notas Fiscais de Produtores Rurais;

 

-        Fichas de controle de brucelose e tuberculose fraudadas para comprovar plantel de vacas leiteiras inexistentes;

 

-        Produtos não contemplados pelo programa, mas recebidos e pagos normalmente pela CONAB;

 

-        Não comunicação das irregularidades pela CONAB à Secretaria de Controle Interno da Presidência da República;

 

-        Informações falsas sendo redigidas pelos servidores da CONAB em diversos relatórios de supervisão e outros documentos oficiais;

 

-        Ausência completa de qualquer supervisão da CONAB, em alguns casos;

 

-        Não apresentação, pelos servidores da CONAB, durante as supervisões dos programas, dos relatórios de entrega e dos termos de recebimento e aceitabilidade aos produtores rurais e representantes das entidades, necessários para uma efetiva fiscalização;

 

-        Pagamentos sendo aprovados pela CONAB em programas com graves indícios de desvio de recursos constatados pela própria CONAB;

 

-        Ocultação de documentos noticiando irregularidades, que deveriam fazer parte das CPR’s – Cédula de Produto Rural;

 

-        Servidores da CONAB sendo enviados a campo para encobrir irregularidades;

 

-    Aviso prévio da CONAB aos coordenadores dos programas acerca da data e roteiro das “fiscalizações”;

 

-        Programas com graves indícios de desvios de recursos sendo renovados pela CONAB com as mesmas associações/cooperativas, mesmo com o conhecimento das irregularidades;

 

-      Conluio dos servidores da CONAB com os coordenadores dos programas, a fim de serem encobertas e desconsideradas as irregularidades constatadas, com a continuação dos programas; etc.

 

A Operação Policial conta com a participação de cerca de 200 policiais federais.

 

Tendo em vista que durante a investigação também foram apuradas irregularidades idênticas, do mesmo programa, em outros 24 municípios paranaenses e 6 estados brasileiros, a Polícia Federal está disponibilizando para DENÚNCIAS o telefone (42) 3035-8713 e email Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.


Fonte: BandNews

 

Até quando teremos que aguentar ATOS DE CORRUPÇÃO E/OU DESVIO DE RECURSOS, serem praticados  por Agentes Públicos dentro da Conab.

Temos que dá um basta!

 

Postado pela ASNAB/GOIÁS.

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12 comentários

  • Link do comentário Gildo Costa Sexta, 27 Setembro 2013 15:44 postado por Gildo Costa

    Assim diz o SENHOR: maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e a aparta o seu coração do SENHOR!
    Jeremias 17.5
    Eu digo: a corrupção ainda vai acabar com o nosso país, tem que dar um basta agora, ou será tarde demais!
    Gildo Costa
    Boa Vista / RR.

  • Link do comentário Ary de Carvalho Gomes Sexta, 27 Setembro 2013 10:19 postado por Ary de Carvalho Gomes

    de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.

    Rui Barbosa.

  • Link do comentário ANTONIO BENTES FREITAS Quinta, 26 Setembro 2013 16:33 postado por ANTONIO BENTES FREITAS

    É UMA VERGONHA, CONCORDO EM GÊNERO, NÚMERO E GRAU COM TUDO QUE FOI DITO.

    ANTONIO BENTES FREITAS

    MAT: 105906

  • Link do comentário Gildo Costa Quarta, 25 Setembro 2013 17:20 postado por Gildo Costa

    Prezados companheiros, entendam! os diretores da CONAB, nós não podemos chama-los de colegas. Eles estão em outro patamar, vocês são muito ingenuos. Já falei que a CONAB não é uma empresa séria, tem muitas diaretorias, tem muitas superintendências e gerencias lotadas nos gabinetes de Brasília, com a mesma função. Empresa série, é formada por seu presidente, diretor financeiro administrativo, diretor comércial e chefe de departamento de pessoal.
    Essas ações de currupção só acontece com a permissão dos diretores, que ficam muito tempo na Cia. Muda presidente e não mudam os diretores, ele vam ficando. Cadê a ouvidoria? a gente vai baixar o Downloads Firefox e de outros
    órgãos, logo aparece a pagina do silôncio, dizendo que estamos acessando um site proibido, que contém, ou é rotulado como conteúdo, material considerado impróprio. A polícia federal tem mesmo é que apurar todas as denucias e o povo tem que denunciar os corruptos. As compras feitas em distribuidoras da periferia de Brasília, são suspeitas. Por que não comprar direto das fabricas? (óleo de soja, motores e maquinas), ficam comprado de distribuidora que só tem escritório? a nota de venda vem de São Paulo e a mercadoria vem com nota de transito do mercadoria do Rio Grande do Sul! o óleo chaga no norte com o preço acima do óleo vendido no varejo do comércio local! diferença de 40% mais caro! são compras feitas em Brasília.....e as Diretorias (são tantas) estão todas com os ouvidos e olhos tampados!!! é bricar com o dinheiro público....cadeia neles....

  • Link do comentário Rosangela Quarta, 25 Setembro 2013 14:46 postado por Rosangela

    Esperamos que as investigações que ainda estão em andamento venham a cabo e os responsaveis sejam realmente punidos. Isso é uma vergonha, o que é para ajudar os pequenos produtores entrando nos bolsos de corruptos.

  • Link do comentário Daniel Barboza Quarta, 25 Setembro 2013 10:20 postado por Daniel Barboza

    O Rei está nu ! Pra bom entendedor meia frase basta..!!

  • Link do comentário Daniel Barboza Quarta, 25 Setembro 2013 10:16 postado por Daniel Barboza

    Corrupção

    Petista é indiciado pela PF por desvio de verba do Fome Zero

    Diretor de política agrícola da Conab, Sílvio Porto tem entre seus padrinhos políticos o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho

    Polícia Federal deflagra operação na cúpula da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no Paraná
    Polícia Federal deflagra operação na cúpula da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no Paraná (Divulgação/PF)

    O diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sílvio Isopo Porto, foi indiciado pela Polícia Federal (PF), nesta terça-feira. Porto é alvo de investigação sobre envolvimento de seu departamento em esquema de desvio de verbas do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), uma das ações do programa Fome Zero do governo federal. A apuração das irregularidades foi iniciada em 2011 e culminou na deflagração, nesta terça-feira, da Operação Agro-Fantasma em 15 municípios do Paraná. Porto é filiado ao PT do Rio Grande do Sul e tem entre seus padrinhos políticos o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

    Em nota oficial, a Conab afirmou ter afastado sete funcionários no Paraná, entre eles o superintendente Luís Carlos Vissoci, até a conclusão as investigações. Os outros nomes não foram revelados pelo órgão. A mesma nota informa que Porto, liberado pela PF após prestar esclarecimentos, aguarda acesso ao conteúdo do processo, que corre em segredo de Justiça, para se pronunciar.

    A área de Política Agrícola e Informações da Conab, administrada por Porto, é a responsável pela operacionalização do PAA no estado. O petista também já dirigiu a área de Abastecimento nas prefeituras de Betim e Belo Horizonte, em Minas Gerais, e de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

    A assessoria do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirma que não há "relação próxima" entre os dois e que Carvalho conhece Porto apenas por sua atuação na administração federal.

    Leia também:
    PF prende 20 em ação contra fraude em prefeituras
    PF faz operação para barrar quadrilhas contra previdência social de 15 prefeituras

    O PAA prevê a compra pelo governo de alimentos sem licitação para serem distribuídos à população carente através de restaurantes populares e cozinhas comunitárias.

    Investigação – O inquérito, iniciado em 2011, foi realizado pela PF na cidade de Guarapuava (PR), a partir da deflagração de outra operação, denominada Feira Livre, que investigou as fraudes em um dos municípios.

    Conforme a PF, foram investigados 22 programas, realizados entre os anos de 2009 a 2013, nos municípios paranaenses de Guarapuava, Foz do Jordão, Honório Serpa, Candói, Ponta Grossa, Irati, Rebouças, Teixeira Soares, Inácio Martins, Fernandes Pinheiro, Itapejara D'Oeste, Goioxim, Pinhão e Querência do Norte.

    A PF informou ainda que em todos os programas investigados foram encontradas evidências de desvio de recursos.

    De acordo com a PF, a operação Agro-Fantasma indiciou 58 pessoas pelos crimes de apropriação indébita previdenciária, estelionato contra a Conab, quadrilha ou bando, falsidade ideológica, ocultação de documento, peculato doloso, peculato culposo, emprego irregular de verbas públicas, prevaricação, condescendência criminosa e violação de sigilo funcional, entre outros.

    (Com Estadão Conteúdo)
    Não podemos conviver com este escândalo , a Conab na mídia negativa atinge todos os funcionários !

  • Link do comentário azimar jales de moura Quarta, 25 Setembro 2013 10:16 postado por azimar jales de moura

    quat. 25 de setembro de 2013.
    Olha aì caros colegas anistiados.
    Equanto a Empresa diz não poder pagar nossos passivos, vem quem não tem direito, e passa a mão, não é mesmo impresionante?

  • Link do comentário azimar jales de moura Quarta, 25 Setembro 2013 08:48 postado por azimar jales de moura

    quarta 25 de setembro de 2013.
    Concordo plenamente com o colega Cleyton, nossa empresa é muito boa, sempre foi uma empresa de nome exemplar, ruim são alguns maos colegas que a administra, já está na hora de dar um basta nisso, demitir os maos elementos, e fazer devolver o nosso dinheiro roubado, isso é uma vergonha!!!

  • Link do comentário Regina Lucia Almeida Quarta, 25 Setembro 2013 08:28 postado por Regina Lucia Almeida

    por ser empregada da CONAB, não tenho direito a participar de programas do governo p/ peq. agricultores,tenho q comprar milho de $ 50,00 reais a saca de 60kg. p/ alimentar meu peq. rebanho,por ser empregada da CONAB não tenho direito ao milho de $18,00 a saca, talvez, quem sabe esse, q compro a $50,00 seja comprado por alguém q repassa por q pode q tem direito a desviar, por que a desonestidade e a desigualdade tem q prevalecer tanto uns tem acesso com tanta facilidade, p/ praticar atos tão vergonhosos, outros por ser honesto, e depender da má vontade dos poderoso não tem direito nem mesmo ao q lhe é de direito por direito, só a providencia divina,

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