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Quinta, 13 Junho 2013 22:13

Em primeiro momento é muito fácil responder a pergunta, até classificá-la como idiota e sem sentido, será mesmo? Antes de apontar como culpado, meramente, a falta de chuva, torna-se necessário uma breve reflexão acerca do tema, procurando sempre uma análise fria buscando não entrar na questão climática e no aquecimento global.

 

Uma coisa é certa, em todos os anos a quantidade de chuva que cai em todas as regiões do Brasil é suficiente para suprir as necessidades da população, consumo pessoal, irrigação entre outros, caso seja bem aproveitada e tratada como deve, água é um tesouro precioso, não se deve jogar tesouros no lixo, devemos guardá-lo com o máximo de cuidado para que seja usado em momento oportuno, sanando problemas corriqueiros.

 

O desperdício é grande, a conta d’água normalmente não pesa muito no orçamento, valor quase irrisório, consequência, poucos se preocupam em economizar, torneiras ligadas durantes horas, é muito comum, exageros quando se vai lavar roupas e casa é rotina. Até no simples fato de tomar banho existe grande desperdício, o que falar das torneiras defeituosas pingando durante dias? E das caixas de descarga antigas, grandes e nada econômicas? Tudo isto junto configura-se um crime ao meio ambiente, não há chuva que de jeito, haja espaço para construir barragens.

 

O interior dos municípios está sofrendo extremo racionamento de água, a população encontra dificuldade para executar tarefas mais simples como lavar e cozinhar, dar de beber ao gado, irrigar pequenos canteiros é um luxo, coisa supérflua. Neste instante volta em cena uma imagem já ultrapassada, mas que se torna muito atual, o carro pipa, ele vira a esperança única para os sertanejos, fora esta ajuda, são muitas vezes obrigados a ir cada vez mais longe para buscar água barrenta, suja e fedida sob um sol escaldante.

 

Neste panorama podemos nos perguntar onde estão as cisternas que Dilma prometeu? Estava previsto 1 milhão para o fim de 2011 e inicio de 2012, elas resolveriam o problema de aproximadamente 6 milhões de pessoas. As cisternas comprovadamente são a melhor saída para o problema, captam água da chuva, mantém-na límpida por muito tempo, caso estivesse funcionando plenamente o projeto amenizaria de forma significativa a falta d’água nas residências e ainda sobraria para outras tarefas como irrigação.

 

Outra ação que poderia amenizar os sintomas da longa estiagem seria a construção de pequenas barragens e açudes ao longo dos córregos temporários. Estes mini rios sazonais normalmente transbordam facilmente após temporais, sem obras de contenção toda a água é perdida horas ou dias depois, seria uma boa opção erguer dezenas de barragens ao longo dos córregos, por meio de pequenas adutoras seria possível levar esta água muito longe.

 

Quando se fala em seca no nordeste não se pode esquecer a polêmica transposição do São Francisco, obra sonhada ainda por Dom Pedro, considerada por ele como meio fundamental para amenizar o problema regional. Pois bem, é inadmissível querer levar água para tão longe enquanto famílias residentes a menos de 10 km do rio não terem nem para beber, muito menos para tocar projetos da agricultura familiar, como pequenas hortas, criação de aves, gado, sem contar que o Velho Chico está morrendo, o assoreamento é uma realidade assustadora, os projetos de revitalização mesmo apoiados pelo novo projeto ambiental parecem ser insuficientes.

 

Voltando ao ponto, para que mais chuva se ela não é bem aproveitada? Na verdade com mais chuva e sem obras eficazes contra enchente pode configurar bem mais problema que solução, então é hora de parar de olhar para cima esperando a chuva e começar a investir em obras e tecnologia para bem aproveitar a água que temos, escassa a cada dia.

 

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