O economista Edmar Bacha, um dos criadores do Plano Real, lançou o termo Belíndia para definir a condição heterodoxa do Brasil nos anos 1970: a riqueza da Bélgica misturada à condição social da Índia. Passadas mais de quatro décadas, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2012 divulgado na ultima quinta-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) trouxe novamente essa alegoria à cena. Durante a década de 2000, a média de crescimento anual do IDH brasileiro era de 0,82%. Ao estender essa curva para o intervalo de 2000 a 2012, o ritmo de crescimento anual descelerou para 0,73%. Trata-se de uma redução no ritmo de expansão semelhante à que ocorre nos países com os melhores indicadores socioeconômicos, como a Noruega, líder do ranking, ou a própria Bélgica - o fato curioso é que o Brasil está bem longe de gozar do mesmo patamar de qualidade de vida que tais nações. Prova disso é que o país se aferra à desconcertante 85ª colocação no ranking - marca semelhante à verificada no levantamento de 2011.